Animais associados a divindades eram frequentemente mumificados, nos últimos períodos da História do Egipto. As maiores concentrações de múmias de gatos foram descobertas em locais relacionados com o culto de divindades felinas. O gato estava associado à deusa Bastet, cujo culto tinha como centro Bubastis, no Delta, mas outras divindades felinas eram veneradas em diferentes locais do Egipto.
Este gato está cuidadosamente enfaixado, segundo um estilo comum nos períodos grego e romano do antigo Epito. De facto, era dedicado um grande esforço e atenção às faixas e à aparência externa, embora o interior da múmia por vezes ficasse incompleto.
Ao que tudo indica, muitos destes gatos não morreram de morte natural - exames realizados no Museu Britânico revelaram que muitos morreram com menos de um ano de idade. Presumivelmente, seria feita uma razia periódica na gataria do templo para efeitos de mumificação e venda aos crentes. Enterrar um animal mumificado numa catacumba especial era visto como um acto piedoso em relação à divindade representada pelo animal.
Infelizmente, muitos cemitérios de gatos foram pilhados antes de os arqueólogos terem tido oportunidade de os estudar: 180.000 múmias foram trazidas de barco para a Grã Bretanha, no fim do século XIX, para serem transformadas em fertilizante.
O Gato Lápis-Lazúli
Papiro funerário, Bodhead Library, Oxford
Rá, deus do Sol, sob a forma de um gato
Pintura mural do túmulo em Deir el Medina, c. 1250 a.C.