gravura japonesa, 1850
O Gato
O meu não come ratos, não gosta. Se apanha algum, é para brincar com ele. Quando brincou tudo, poupa-lhe a vida, e vai sonhar noutra parte, o inocente, sentado no caracol do seu rabo, a cabeça fechada como um punho. Mas, por causa das garras, o rato morreu.
Jules Renard, tradução de Jorge de Sena em Poesia do Século XX, Ed. Asa, 3ª ed, Porto, 2003