Fernand Léger
gritam os gatos todo o serão estridências
de cio que não pressionam mas despertam
a minha gata levantamos as duas o olhar
eu do livro ela do sono redondo e aspiramos
uníssonas correntes de ar gotículas nas vidraças
não sei que cheiros lhe fazem fremir o negro nariz
fecho as cortinas espevito o lume domesticado
volto ao livro de vez em quando
os gritos trespassam a noite e pela incisão
começam a entrar cães de inverno e potros azuis
Soledade Santos